Condomínio implanta redutores e arejadores nas torneiras e reduz conta em 30%

O ambientalista Gilmar Altamirano, fundador da organização não-governamental Universidade da Água, compara a seca atual nos reservatórios de São Paulo a um cenário de escassez de guerra. Com um agravante estrutural: “Em todos os lugares do mundo, 70% da água é destinada à agricultura, 20% à indústria e 10% às residências. Em São Paulo e região metropolitana, inverte-se o processo: são 22 milhões de pessoas bebendo água. Se cada um economizasse 30%, não precisaríamos, talvez, fazer rodízio.”

No entanto, Gilmar, que também assessora o Programa “Município Verde Azul”, da Secretaria de Meio Ambiente do Estado, revela-se otimista: “Estamos aprendendo a fazer isso [economia], a situação é caótica, mas a população está reagindo bem diante da informação que dispõe”.

Segundo Gilmar, os síndicos têm muito a contribuir para o regime de “água mínima”. “A maioria dos síndicos é abnegada, tem o papel de fiscal, educador e gestor. Eles podem orientar os condôminos para um uso restrito da água e partir para algumas ações. É o caso de um condomínio da Zona Norte de São Paulo em que o síndico mostrou a situação real em assembleia, através de gráficos e planilhas, e conseguiu aprovar a revisão hidráulica de todos os apartamentos. Trocou válvulas de descarga por botões de dois fluxos. Mas ele apresentou isso com transparência.”

Em outro residencial da zona Norte, o Condomínio Edifício Itanhangá, localizado em Santana, o engenheiro civil Sérgio Eduardo dos Santos, especializado em gestão ambiental, desenvolveu um projeto piloto de instalação de arejadores e/ou redutores de vazão nas torneiras e chuveiros de 40 das 50 unidades do prédio. O reflexo foi imediato: o valor da conta do primeiro mês com os novos equipamentos foi 30% inferior ao do período anterior. “A sustentabilidade pressupõe decisão coletiva”, defende Sérgio, lembrando que a colocação desses equipamentos economizadores é um processo simples (“se houver orientação técnica”) e “geram um impacto muito grande”.

AR-CONDICIONADO: FONTE D’ÁGUA


Armazenar água do respingo de ar-condicionado e reutilizar no condomínio é possível, demonstra a síndica Kelly Remonti, do Condomínio Top Village, localizado em Alphaville, no município de Barueri. A ideia veio do zelador Fernando Justino e do ajudante de manutenção Severino da Silva, que instalaram um sistema para captar e reservar essa água.


Imagem acima mostra a captação nos dois aparelhos de ar-condicionado da academia. 
Conforme as setas indicam, os canos passam por dentro da parede e do chão e chegam ao teto da garagem, no 1º subsolo. Na imagem da direita, observa-se uma tubulação de cor marrom, que conduz a água até uma bombona. A reserva é utilizada para a limpeza dos halls dos elevadores e rampas de acesso dos dois pisos da garagem das três torres.

Mas o consultor em gestão de riscos em condomínios, Carlos Alberto dos Santos, sugere que a tubulação seja pintada em uma cor diferenciada (normalmente lilás), indicando que a água é de reuso, e também que a bombona fique em local de acesso restrito (água de reuso não pode ser consumida).

Fotos cedidas pela síndica Kelly Remonti

Fonte: Direcional Condomínios

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