Caixas de gordura: manutenção periódica evita transtornos

A limpeza garante o prédio livre dos dejetos que se acumulam e evita o aparecimento de insetos

As caixas de gordura, embora escondidas no subterrâneo do condomínio, são de fundamental importância para a correta eliminação dos dejetos, impedindo a contaminação da rede de distribuição de água.

Segundo a engenheira sanitarista do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), Cláudia Júlio Ribeiro, a caixa de gordura retém partículas que entopem a rede de esgoto, impedindo que isso aconteça. “É como se fosse uma barreira, que impede de ir para o esgoto resíduos mais grosseiros e o refluxo, a entrada de material de esgoto da rua na caixa”, ensina.

A engenheira explica que para manter esse bom funcionamento, é necessária a manutenção da caixa de gordura, com materiais adequados. “A limpeza impede o acúmulo de resíduos que vão apodrecendo. A caixa precisa ser lavada com material desinfetante e cal virgem, que evita acidez e consequentemente, corrosão”, afirma Cláudia.

Limpeza – O proprietário do Rei das Caixas D’água, Sérgio Faria Carvalho, diz que o ideal é a limpeza da caixa de gordura de três em três meses. No entanto, segundo ele, esse prazo é uma média, já que há prédios com caixa de gordura com maior ou menor capacidade de reservar os resíduos. “Tenho condomínios em que a caixa de gordura não suporta muitos dejetos. Às vezes, as construtoras fazem caixas menores ou mais rasas. Aí, a manutenção tem que ser mensal”, diz ele.

Sérgio diz ainda que a falta de limpeza da caixa acarreta entupimento. A consequência é o transbordamento nos apartamentos do primeiro andar e claro, mais gastos para os consertos. “Desentupir chega a ser 10 vezes mais caro que a manutenção”, garante Sérgio. Além disso, a caixa cheia atrai insetos, como as baratas. Se elas se acumulam é sinal de sujeira. “E atrás delas vem os escorpiões, que se alimentam de barata”, alerta Sérgio.

Cronograma – Para que o condomínio esteja sempre em dia com a limpeza da caixa de gordura, o síndico pode elaborar um calendário, com a previsão dos meses em que deve acontecer a limpeza. O proprietário da administradora Triunfo, Roberto Antônio Costa, diz que não é necessário que o síndico aprove a limpeza em assembleia; por conta própria ele pode marcar a data com a empresa responsável. Também não é necessário aviso prévio aos condôminos, já que o procedimento não afeta a rotina do prédio. É necessário, porém, solicitar a moradores que deixem os técnicos entrarem, quando a caixa de gordura estiver instalada em área privativa. “Neste caso, o síndico deve deixar claro que é somente para o acesso de quem vai limpar à caixa e que o custo é do condomínio”, ressalta Roberto.

O administrador lembra ainda que o síndico pode fazer um contrato trimestral de manutenção da caixa de gordura e semestral de limpeza da caixa d’água com as empresas especializadas.

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